terça-feira, 27 de dezembro de 2022

Sinopse de Chá verde




 As horas me atormentavam, a impossibilidade me afligia pensar me desesperava.

Às 16 h em ponto alguém bateu na minha porta.

Não abri.

Fiquei de mau-humor e completamente sem fome.

Mais tarde voltaram a bater na porta. Ignorei pela segunda vez.

Menos de uma hora depois as batidas recomeçaram.

Será que era tão difícil entender que eu só queria ficar sozinho!

Bruscamente abri a porta, irritado pela insistência, sem realmente ver quem era, falei ríspido. — Será que você não entende que eu não quero ver ninguém?

Anna estava estática, segurava uma bandeja com alimentos que ela sabia que eu gostava, também estava assustada pelo meu humor ácido.

— Me desculpe Aleksandr, eu não… ah?

Sua voz foi sumindo, ela engoliu em seco ao dar meia volta ainda assustada.

Tratá-la mal não era a minha intenção, mas foi o que eu fiz.

— Anna me desculpa.

Ela parou.

— Está tudo bem, eu julgo que fui inadequada. Foi educada numa clara tentativa de amenizar o meu comportamento.

— Eu que fui rude quando você apenas se preocupou comigo. Reconheci.

— Eu não quero atrapalhar só vim trazer seu almoço já que não saiu.

Eu não sairia para fazer as refeições, era o meu protesto.

— Obrigado, Anna.

Ela sorriu compreensiva ao me entregar a bandeja, a comida chegou à boa hora.

O bangalô construído no lugar paradisíaco havia se tornado uma espécie de prisão temporária.

A avalanche de emoções me destruiria lentamente. O sentimento de impotência me seguia de perto.

Eu só tinha as visitas inoportunas de Anna, numa clara intenção de aproximação solidária, sempre paciente sentada na ponta da minha cama. Ela só queria entender a razão do meu estado de espírito. Gostei de saber que ela não sabia sobre Aurora, contá-la sobre a minha desgraça estava fora de cogitação como alternativa ocultei o real motivo e disse estar triste pelo retorno precoce.

O olhar genuíno de Anna acendeu com um vislumbre de intensidade quando ela me disse.

—Seja o que for que tenha acontecido, tenha confiança que no fim tudo vai dá certo.  Sorriu minimamente como se quisesse me confortar.

A loira Stepanov não estava alheia e todo aquele apoio poderia ser usado em meu favor.

Anna parecia disposta a me ajudar se assim eu pedisse. Ela era a filha do chefe, a minha mãe faria qualquer coisa para agradá-la, ela poderia ser uma porta de salvação, no entanto, eu teria coragem de falar sobre os meus sentimentos? E se a minha mãe a usasse contra mim?

Alguém tão introspectivo como eu não chorava no colo de ninguém.

Lutar contra o relógio era um desafio impossível de vencer. Entretanto, eu precisava amadurecer a difícil ideia.

— Você parece tão perdido, como se a sua vida dependesse de mim.

Anna conseguia me ler como ninguém, o que era estranho.

Toda àquela atenção poderia ser útil, mas, e se fosse o contrário? Se ela me afundasse mais? Será que Anna realmente não sabia? Ou estava junto com a minha mãe e só queria me sondar?

Deus! Eu estava enlouquecendo.

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