domingo, 8 de janeiro de 2023

Capítulo 1 A herdeira

 

Evelyn Dushkin foi à escolhida do seu chefe Gerard Stepanov para intermediar as relações comerciais do Grupo Stepanov que vendia produtos de perfumaria, com negócios na Europa, América do norte e na Polinésia Francesa. Ela insistiu para eu ir junto e teve o apoio do meu pai Franz Dushkin. Eu sempre gostei de praia, então, não seria nenhum sacrifício acompanhá-la, mas quando sugeri que ele fosse conosco, recebi uma negativa. Por ele ser um médico de pronto atendimento, viagens fora do planejamento não era permitido, no entanto, desacreditei quando soube que a herdeira Stepanov iria também. Eu desistir de entender as justificativas da minha mãe, quem era eu para dizer algo contrário?

Arrumei uma mala com roupas leves, mas por prevenção coloquei um casaco também.  Se o clima mudasse eu estaria preparado. O meu pai esperava na sala juntamente com a minha  mãe.

Franz era um homem  de 45 anos com linhas finas de expressão. O meu cabelo e olhos escuros vieram  da sua parte. Evelyn possuía os cabelos em um tom de mel. A baixa estatura da minha mãe não diminuía a sua presença dominante.

— Aproveite  cada segundo. Aconselhou Franz.

— Irei.

Depois de uma breve despedida. Nós seguíamos para o Aeroporto Moscovo Sheremetievo.

— Você vai gostar da ilha. No carro Evelyn falou.

Eu não duvidava disso.

O aeroporto não estava com um alto fluxo foi fácil  sair do táxi e entrar pelas portas. Na sala de embarque me surpreendi com a chegada de Anna Stepanov crescida e  não muito diferente da garota pálida que eu conheci na festa dos funcionários da empresa do seu pai. Ela continuava recatada e tímida, segurava  uma almofada de viagem numa mão e a alça da sua mala de rodas na outra.

Os assentos foram reservados conosco na mesma fileira, enquanto a minha  mãe  ficou na poltrona  da frente. A garota passou metade da viagem dormindo e no tempo que sobrou só me dirigiu a palavra para perguntar que horas eram.

Depois de uma breve passagem por Papeete no Taiti na ilha principal da Polinésia Francesa. Dei-me conta que tentar acompanhar com lógica a mudança no relógio em comparação há Moscou com 13 horas á frente poderia me confundir, então, simplesmente obedeci à informação que era hora “X”.

O Aeroporto de “Faa’a” era arrumado, mas foi o único local de pouso e decolagem  que eu havia visto uma galinha ciscando pela praça de alimentação sem nenhuma preocupação em ser pega.

— É a primeira vez na minha vida que eu vejo uma galinha circulando em um aeroporto. Como se lesse a minha mente Anna comentou.

Nós embarcamos em outro avião para um voo doméstico de 50 minutos realizado pela Air Tahiti, com destino a Bora Bora uma das ilhas mais comentadas do arquipélago.

As duas mulheres sentaram lado a lado numa das poltronas perto da porta, e eu fui sentado perto de uma senhora grisalha. Através da janela eu via a nossa aproximação em direção aos muitos tons de azul.

Assim que desembarcamos seguimos até o saguão do aeroporto onde os “stands” dos  hotéis esperavam por seus hóspedes. Um homem francês nos seus 30 anos que se apresentou como Antonie foi enviado para fazer o translado de lancha até o nosso Resort.

O clima tropical parecia abraçar o lugar com o brilho do sol, eu que era nascido e criado em um país de clima continental úmido, gostei da mudança.

Apesar do motivo daquela viagem ter sido o trabalho da minha mãe o que eu sentia era que estar naquele lugar parecia mais como tirar férias do que qualquer outro motivo.

O dia de sol contribuía para o cenário irresistível da ilha cercada por uma laguna, o verde dos montes Pahia e Otemanuo, além do azul do céu e do mar eram de tirar o fôlego.

— Que vista incrível. Ao meu lado Anna acenou discretamente.

As nossas reservas de acomodações foram feitas no Intercontinental Bora Bora Resort Thalasso Spa. A minha mãe ficou fascinada com as construções em estacas sob as águas da laguna, este modelo de habitação tornou-se comum na maioria dos Resorts locais.

O bangalô que nós ficaríamos possuía quase 100 metros quadrados divididos entre os quartos, banheiro com jacuzzi, hall de entrada. Na sala de estar havia uma mesa de vidro com vista direcionada para o mar embaixo do bangalô.

 O quarto de Anna era ao lado do meu e por mais cordial que fosse eu não conseguia me aproximar. Talvez, pela ausência de diálogo na véspera ou por um bloqueio pelo fato do pai dela ser o chefe da minha mãe e eu não queria problemas.

Como tudo naquele lugar havia sido construído para oferecer um alto padrão estávamos bem hospedados com todas as regalias que o nome Stepanov poderia oferecer.

Quando a minha mãe propôs que mergulhássemos para admirar a vida marítima, eu não pensei que o programa seria realizado a dois. Evelyn explicou a nós que faria uma videoconferência com o seu chefe, mas queria que ambos se divertissem na ilha. Anna e eu iríamos fazer um Snorkel na barreira de corais de clima propício, por saber disso, eu saído meu quarto apenas com a bermuda de banho, já na sala, eu encontrei Anna vestida com um biquíni azul e um short preto das laterais em V.

Eu só tinha 17 anos e já possuía mais de 1 metro e 80, consequentemente, para mirar nos olhos dela eu precisava olhar para baixo. Notei que as suas íris azuis por causa da influência da luz solar acabaram por mudar a sua tonalidade os deixando extremamente claros.

Ela segurava nas mãos uma bolsa de praia e dois pares de pés de pato.

Olhei-a interrogativamente.

De semblante sereno ela me perguntou.

— Você ainda tem dúvidas?

Ela não esperaria alguém para oferecer o acessório. Levantei as mãos em um gesto de rendição.

Eu gostava de caminhar, entretanto, a passarela era longa demais para ser encarada em um dia de sol a pino.

Um carrinho de golfe dirigido por um funcionário se movia rapidamente até nós.

Anna havia pensado em tudo, pálida como era andar até a praia seria mais difícil para ela do que para mim.

— Você se importa em dirigir?

Eu iria perder aquela oportunidade?

Ela depositou os pés de pato no banco de trás, se acomodou ao meu lado e seguimos pela passarela até o final da ponte.

Nos momentos em que Anna pensava que eu não notava suas olhadas em meu rosto a garota me secava. Sinceramente, eu não conseguia entendê-la, na primeira oportunidade de conversar comigo ela ficou quieta e no avião dormiu. Realmente até agora uma incógnita.

Ajudei Anna com os calçados de borracha até chegarmos ao lugar de mergulho. Foi uma caminhada repleta de belas imagens que agraciaram os olhos, eu nunca iria me acostumar com aquela vista incrível.

— Que lugar maravilhoso. Ela disse deslumbrada.

Olhei para os pés de pato que tinha o meu número o que me fez pensar como ela sabia?

Anna também havia trazido óculos de mergulho e até uma câmera subaquática. Fui o primeiro a entrar na maré, aproveitei para molhar a minha cabeça e curtir a sensação refrescante, ao emergir vi Anna tirar o short o corpo dela era muito atraente de curvas desenhadas com um par de pernas alongadas a passos tímidos ela também entrou na água.

A água transparente era uma beleza à parte, além de ser sempre morna, também contava com uma variedade de peixes que era impossível não se surpreender.

Tanto ela como eu estávamos fascinados, ela registrava impressionantes imagens do ambiente marinho.

Os cliques deixaram de ser a sua principal atividade quando ela tirou sua máscara de mergulho e nadou para simplesmente curtir o momento… Anna parecia uma sereia de cabelos loiros.

Quando a sua pele translúcida começava a se avermelhar decidir convidá-la para comermos algo no quiosque.

Ao observar sua avaliação atenta, eu esperei.

Anna Stepanov inegavelmente era uma garota que vivia uma vida de alto padrão proporcionada pelo pai, do luxo a mimos.

Ela pediu um prato de camarão e um suco ornamentado, um pedido simples para uma garota rica.

Minimamente eu sorria.

— Do que está rindo? Perguntou séria de olhos semicerrados.

Levantei uma das mãos em um gesto de paz.

— Não estou rindo de você.

Eu realmente não estava só achei engraçado o pedido e não ela.

Notei que não estava ofendida como queria aparentar, talvez sua intenção fosse demonstrar ultraje, no entanto, Anna se revelou ser uma péssima atriz.

Diante do seu bom humor, eu resolvi perguntá-la.

— Então o que você fez para vir passar o verão com a criadagem?

Anna assimilou a pergunta e de maneira lenta a vi deixar o crustáceo de lado para me mirar pacientemente.

 — Do jeito que você fala parece que sou uma princesa.

E não era?

Sua aparente personalidade delicada ia além de um aspecto psíquico e assumia uma conduta comportamental.

No meu mundo ela seria uma espécie de princesa moderna que não usava coroa.

Deixei passar, não seria bom tocar em um assunto que traria contendas a nós, afinal, isso não era da minha conta.

A refrigeração artificial do Resort me fazia esquecer por um tempo do sol, nas dependências de temperatura amena eu me sentia na Rússia, então ficar no meu quarto assistindo qualquer coisa seria uma boa opção para mim, no entanto, a minha mãe não deixou, é claro.

Anna e eu iríamos com ela até uma loja por sorte de Anna o pai minutos antes da nossa saída ligou  para conversarem por videochamada, então restava apenas eu para ir com Evelyn até uma loja de vendas locais, eu me sentia meio desanimado em ir.

Eu não queria comprar nada, já a minha mãe…

Entramos numa loja especializada em roupas e acessórios, o padrão seguia de pintura a mão, a estampas florais. Minha mãe não deixaria de fazer umas comprinhas, mas, por que me levar com ela?

A atendente receptiva nos recebeu com demasiada atenção, depois de uma olhada nas ofertas ela explicava à minha mãe como se usava o conhecido pareô que se tratava de um longo retângulo de tecido usado no corpo.

Pelo que eu entendia as mulheres o embrulhavam e amarravam para criar diferentes peças de roupa e os homens  usavam o pareô como um envoltório da cintura.

Foi ali em meio a uma explicação sobre o uso de uma vestimenta típica dos moradores locais que eu a vi pela primeira vez, a sua imagem me encantou, a beleza atípica de cabelos negros, lisos e espessos, pele morena tropical, lábios volumosos e tímido sorriso demonstravam certo acanhamento.

Diante do seu olhar resoluto em um rosto bonito no auge da sua adolescência. Sentia-me diferente de um jeito bom.

Aproximei-me motivado e caminhei em sua direção vendo-a afastar os olhos para longe de mim, ao perceber que eu seguia diretamente até ela um sorriso gentil visitou seu rosto.

— Posso ajudar? Perguntou educadamente de maneira profissional, o inglês dela era ótimo.

Sorri de lado ao me apoiar no balcão de pagamento.

— O Clima da ilha é sempre tão… caloroso assim?

Ela transpareceu confusão pega aparentemente desprevenida.

— Estamos numa temperatura média. — Respondeu ao avaliar o meu rosto, quase sorri.

— Então temos um clima praiano em qualquer época do ano?

As mãos remexiam no ornato circular de cores em seu pulso.

— Quase isso.

Olhei em direção a minha mãe que continuava envolvida em suas descobertas tudo o que envolvia cultura interessava a Evelyn.

De maneira lenta eu me aproximei um pouquinho mais, me inclinei sobre o balcão para falar perto do seu ouvido.

— Posso lhe pedir um conselho?

As cortinas longas e escuras dos seus cabelos se moveram, seus cílios tremeram.

— Se eu puder ajudá-lo.

Sem dúvida nenhuma ela poderia.

— Como opção de entretenimento, o que você me aconselharia nesse lugar paradisíaco?

Outra piscada despretensiosa, ela pensou rapidamente e me disse.

— Piquenique é agradável.

Era impressão minha ou ela demonstrou um interesse velado?

Piquenique hein…

Uma boa oportunidade.

— Eu gostaria de ver isso.

Ela sorriu amplamente.

— Quer participar de um piquenique comigo?

A sua expressão estática não me convenceu do seu alheamento.

— Seria ótimo.

Gostei da sua resposta, ela não era clichê naquele típico estado orgulhoso de negação que muitos assumem numa clara contradição quando, na verdade, só queriam dizer uma afirmação.

Aquela bela garota possuía personalidade, gostei disso, nosso encontro poderia dar certo, entretanto, eu não tive tempo de me aprofundar na conversa já que cedo demais a minha mãe me seguia até o balcão com o pareô escolhido, em todo o processo, eu olhava para a bonita nativa de sorriso maroto.

Algo nela me atraía para me aproximar ao ponto de conhecê-la.

Assim que saímos da loja minha mãe me encarou séria, os olhos castanhos se tornaram severos e de maneira direta me disse.

— Fique longe daquela garota, Alek não é sábio procurar problemas aqui.

Então seria sábio procurar problemas em Moscou?

Meu sorriso de escárnio apareceu.

— Eu não perderia meu tempo com ela. Falei de maneira impassível.

Minha mãe pareceu se convencer ao suavizar a expressão.

— Será melhor para todos.

O que um simples encontro com uma nativa perigosamente linda poderia causar?

Às vezes minha mãe estava à altura da rainha do drama.

No carrinho de golfe nós passávamos pela passarela de acesso aos bangalôs, seguir sem pressa apreciando a vista. Parei o carrinho em frente ao nosso quarto e me deparei com a abertura brusca da porta.

Minha mãe desceu, cumprimentou Anna e entrou com um pouco de pressa. Anna estava com um grande chapéu de verão, além de suas peças de biquíni na cor vermelha, também usava uma saída de banho.

Ela levou a mão direita à lateral da cabeça para segurar na borda do chapéu.

— Oi! Alek, eu estava indo dar um mergulho, quer ir comigo?

Olhava-me de maneira ansiosa.

Eu poderia ir com ela, mas realmente eu não estava a fim.

Cocei a nuca ainda perdido nas palavras.

— Hã? Falei enquanto pensava. — Eu tenho algumas coisas para fazer agora, deixa para a próxima.

Ela aceitou bem, então decidi abordar um tema importante.

Anna gostava de passar muito tempo ao ar livre, era uma boa opção, o que me preocupava era a sua pele, ela não era albina, mas chegava perto.

— Anna eu não quero ser um chato, mas, eu realmente me preocupo com a sua exposição ao sol, não deixe de usar o seu protetor solar, sim?

Ela automaticamente concordou com a cabeça.

— Você quer usar o carrinho? Ofereci.

Anna se aproximou um pouco mais.

— Seria ótimo, obrigada, Aleksandr.

Cedi o meu lugar a ela.

— Espero que se divirta na praia.

— Obrigada. — Agradeceu mais uma vez.

Afastei-me um pouco para Anna entrar na cabine do carrinho.

— Bom, eu preciso ir.  Apontei para a porta sem jeito.

Como despedida acenei um “tchau” em sua direção.

Às vezes eu pensava ver alguma emoção escondida nos olhos azuis de Anna, entretanto, eu sempre deslizava para longe daquela possível instabilidade emocional em espiral. Nosso início amigável não se tornaria um momento embaraçoso com trocas de confidências, algo que futuramente eu me envergonharia de pensar.

terça-feira, 27 de dezembro de 2022

Sinopse de Chá verde




 As horas me atormentavam, a impossibilidade me afligia pensar me desesperava.

Às 16 h em ponto alguém bateu na minha porta.

Não abri.

Fiquei de mau-humor e completamente sem fome.

Mais tarde voltaram a bater na porta. Ignorei pela segunda vez.

Menos de uma hora depois as batidas recomeçaram.

Será que era tão difícil entender que eu só queria ficar sozinho!

Bruscamente abri a porta, irritado pela insistência, sem realmente ver quem era, falei ríspido. — Será que você não entende que eu não quero ver ninguém?

Anna estava estática, segurava uma bandeja com alimentos que ela sabia que eu gostava, também estava assustada pelo meu humor ácido.

— Me desculpe Aleksandr, eu não… ah?

Sua voz foi sumindo, ela engoliu em seco ao dar meia volta ainda assustada.

Tratá-la mal não era a minha intenção, mas foi o que eu fiz.

— Anna me desculpa.

Ela parou.

— Está tudo bem, eu julgo que fui inadequada. Foi educada numa clara tentativa de amenizar o meu comportamento.

— Eu que fui rude quando você apenas se preocupou comigo. Reconheci.

— Eu não quero atrapalhar só vim trazer seu almoço já que não saiu.

Eu não sairia para fazer as refeições, era o meu protesto.

— Obrigado, Anna.

Ela sorriu compreensiva ao me entregar a bandeja, a comida chegou à boa hora.

O bangalô construído no lugar paradisíaco havia se tornado uma espécie de prisão temporária.

A avalanche de emoções me destruiria lentamente. O sentimento de impotência me seguia de perto.

Eu só tinha as visitas inoportunas de Anna, numa clara intenção de aproximação solidária, sempre paciente sentada na ponta da minha cama. Ela só queria entender a razão do meu estado de espírito. Gostei de saber que ela não sabia sobre Aurora, contá-la sobre a minha desgraça estava fora de cogitação como alternativa ocultei o real motivo e disse estar triste pelo retorno precoce.

O olhar genuíno de Anna acendeu com um vislumbre de intensidade quando ela me disse.

—Seja o que for que tenha acontecido, tenha confiança que no fim tudo vai dá certo.  Sorriu minimamente como se quisesse me confortar.

A loira Stepanov não estava alheia e todo aquele apoio poderia ser usado em meu favor.

Anna parecia disposta a me ajudar se assim eu pedisse. Ela era a filha do chefe, a minha mãe faria qualquer coisa para agradá-la, ela poderia ser uma porta de salvação, no entanto, eu teria coragem de falar sobre os meus sentimentos? E se a minha mãe a usasse contra mim?

Alguém tão introspectivo como eu não chorava no colo de ninguém.

Lutar contra o relógio era um desafio impossível de vencer. Entretanto, eu precisava amadurecer a difícil ideia.

— Você parece tão perdido, como se a sua vida dependesse de mim.

Anna conseguia me ler como ninguém, o que era estranho.

Toda àquela atenção poderia ser útil, mas, e se fosse o contrário? Se ela me afundasse mais? Será que Anna realmente não sabia? Ou estava junto com a minha mãe e só queria me sondar?

Deus! Eu estava enlouquecendo.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

 Para aqueles que assim como eu, apreciam a escrita criativa. 

Eu espero que gostem desse singelo espaço. :)

Capítulo 1 A herdeira

  Evelyn Dushkin foi à escolhida do seu chefe Gerard Stepanov para intermediar as relações comerciais do Grupo Stepanov que vendia produtos ...